domingo, 15 de abril de 2012

Piotr Alexeyevich Kropotkin

Piotr Alexeyevich Kropotkin nasceu em Moscou (Rússia) no dia 21 de Dezembro de 1842.

Geógrafo, pesquisador e escritor. Foi um dos principais pensadores e articuladores políticos do anarquismo no fim do Século XIX.

Nascido membro da Família Real de Rurik, na idade adulta, Kropotkin rejeitou este título de nobreza, obviamente por seus ideais anárquicos.

Por convite do Czar Nicolau I, passou a frequentar aulas na principal escola russa. Apenas cento e cinquenta crianças tinham o ‘privilégio’ de frequenta-la e, o intuito era que no futuro pudessem servir aos interesses políticos da Rússia.

Ainda adolescente foi obrigado a ingressar no Exército Imperial Russo por ordem do próprio Czar. Nesta mesma época passou a ter contato com a literatura progressista e revolucionária da época.

Serviu ao Exército Russo na Sibéria, donde seus ideais anárquicos afloraram, visto a precária situação na qual viviam os camponeses.

Ainda na Sibéria, tem a oportunidade de conhecer alguns exilados russos. Isso só faz aumentar sua fúria frente o Estado Russo.

Por sua influência diante a nobreza russa, opta pelas viagens exploratórias aos terrenos não mapeáveis na Sibéria. Não é obrigado a trabalhar ‘no front’.

Kropotkin é responsável pelo integral mapeamento do espaço Siberiano. Torna-se referência na Ásia, no que diz respeito à elaboração de mapas.

Percorre, também, a Finlândia e toda a extensão do Ártico. Contribui com estudos e pesquisas relacionados à história natural do planeta terra.

Na Rússia, adentra o interior como um desbravador e, conhece o estado de miséria absoluta na qual os camponeses eram acometidos pelo sistema político russo.

Por seus conhecimentos técnicos e científicos, é convidado a presidir a Sociedade Geográfica Russa. Recusa o convite, por considerar precário todos os trabalhos e manifestações russas na área da Geografia e, principalmente, por não compactuar com as metodologias aplicadas, vistas por ele, acredito, extremamente manipuladas pelo governo russo. Todavia se coloca a disposição para colaborar numa posição de membro conselheiro.

Este paradoxo entre miséria absoluta e instituições de pesquisas desenvolvidas que, a seu ver, negligenciavam toda a população servil e camponesa russa, inquieta ainda mais o já anárquico Kropotkin.

‘Mas que direito tinha eu a gozar de uma ordem elevada, quando tudo que me rodeava não era mais que miséria e luta por uma triste porção de pão, quando por pouco que fosse o que eu gastasse para viver naquele mundo de agradáveis emoções, havia por necessidade de arrancá-lo da mesma boca dos que cultivavam o trigo e não tinham suficiente pão para seus filhos? Da boca de alguém há de se tomar a força, posto que a agregada produção da humanidade permanece ainda tão limitada… Por isso contestei negativamente a Sociedade Geográfica’. Kropotkin, Memórias de um revolucionário.

Preso inúmeras vezes, Kropotkin sempre conseguia se livrar dos cárceres os quais era submetido, seja fugindo por si só, ou por colaboração dos seus amigos geógrafos e anárquicos.

Sua incessante luta pela transformação do espaço e seus intrínsecos ideais anárquicos fazem com que Kropotkin não se entregue diante de toda repressão sofrida, ainda mais por se tratar de um cidadão russo proveniente de uma linhagem nobre, real e burguesa.

Foi o autor de livros hoje considerados clássicos do pensamento libertário, entre os mais importantes se destacam A Conquista do Pão, e Memórias de um Revolucionário, ambos publicados em 1892. Campos, Fábricas e Oficinas, de 1899, e Mutualismo: Um Fator de Evolução, publicado em 1902.

Durante um longo período foi convidado contribuir também para a Enciclopédia Britânica na escrita de diversos verbetes, entre estes o referente ao Anarquismo. Faleceu em Fevereiro de 1921.

Gostaria de dedicar esta breve biografia aos amigos da Geografia que, inconscientemente ou não, tem uma postura anárquica, ou no mínimo pautada pelos pensamentos anárquicos libertários. Viva a liberdade e a igualdade. Viva a Geografia.

Dé Santa Fé

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